17 outubro, 2008

Acordo Ortogrático Parte 3

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Vamos a mais algumas regras do novo Acordo Ortogrático? Hoje vou postar sobre acentuação. Entre outras novidades, você sabe como ficará o velho e conhecido acento diferencial?

Vamos falar primeiro sobre a dupla "oo". Alguns gramáticos classificam a estrutura como palavras paroxítonas terminadas em "oo", outros como encontro vocálico formando hiato. Não importa. O que sabemos é que você aprendeu que no encontro dessas duas vogais é colocado o acento circunflexo no primeiro "o", como em vôo, enjôo, etc. Com a modificação, você passará a escrever sem acento: voo, enjoo, moo, etc.

Outro acento abolido será o utilizado no encontro "ee" dos verbos crer, dar, ler e ver (e seus derivados), quando conjugados na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo. Agora você escreverá assim: creem, deem, leem, veem, descreem, releem, etc.

O acento diferencial acaba, excetuando-se os casos que veremos a seguir. Portanto não será mais necessário escrever com acento, por exemplo, "pêlo" (substantivo) para diferenciar de "pelo" (preposição) ou de "pélo" (verbo pelar).
Assim, antes, por exemplo, você escrevia:
a) O pêlo do cão foi cortado.
b) Fomos pelo caminho mais curto.
c) Eu pélo meus animais de estimação.
Agora, em todas as orações acima, a grafia será "pelo".

Veja outros exemplos, sempre grafados sem o acento diferencial: para (preposição e 3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo parar), pera (substantivo-fruta e substantivo 'pedra' no português antigo), polo (substantivo).
O acento diferencial permanece nos verbos "pôr" e "poder".
No primeiro caso para diferenciá-lo da preposição "por", evitando-se o sentido duplo. Observe o exemplo:
a) Vou pôr (o sofá) aí.
b) Vou por (esse caminho) aí.
Tanto no exemplo 'a', quanto no 'b', se as palavras que estão entre parênteses forem omitidas no texto, não será possível diferenciar o sentido das orações.
O mesmo acontece com o verbo "poder" se não incluirmos um elemento que indique o tempo em que ocorre ou ocorreu a ação:
a) Ele pode sair cedo.
Ele pode sair cedo hoje ou ele pôde sair cedo ontem? Como não é possível determinar o sentido, a presença do acento se faz necessária.
É importante lembrar que o novo acordo registra a possibilidade de se grafar com acento, facultativamente, a palavra "fôrma" (substantivo) a fim de difereniá-la de "forma"(substantivo e 3ª pessoa do singular do presente do indicatvo ou 2ª pessoa do singular do imperativo do verbo formar)

Antes de seguir, vamos fazer algumas breves observações:
Lembra-se do que é um radical em uma forma verbal? É simples! Basta retirar a terminação "ar", "er" ou "ir" do infinitivo de um verbo e se obtém o seu radical. Por exemplo: qual é o radical dos verbos cantar, receber e partir? Retiram-se suas terminações e surjem os radicais "cant", "receb" e "part".
E forma rizotônica, o que é? É aquela cuja sílaba tônica está no radical, como no verbo "falar" em "falo" e "falam". Enquanto que forma arrizotônica é aquela cuja sílaba tônica se encontra fora do radical, como em "falamos" e "falais".
Feitas essas definições, podemos continuar.

Não será mais utilizado o acento agudo no"u" tônico, nas formas verbais rizontônicas, quando precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Há poucas formas verbais que se enquadram nesa regra, como "averiguar", "apaziguar", arguir". Então, em vez de se grafar "averigúe", "apazigúe" e argúem, deve-se escrever: "averigue", "apazigue" e "arguem".

Não receberá mais acento agudo o "i" e "u" tônicos precedidos de ditongos em palavras paroxítonas. Portanto a grafia será, por exemplo: feiura, Sauipe, etc.
Atenção! Nas palavras oxítonas, estando em posição final ou seguidas de "s", ocorrerá a acentuação. Por exemplo: Piauí, tuiuiús.

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